quinta-feira, 11 de outubro de 2012

EU PLANAS, TU PLANAS, ELE PLANAS...

Você cresceu obedecendo as Leis Planas e não sabia?

Uma coisa é certa: independente da idade, sua boca cresceu (ou ainda vai crescer) obedecendo o que esse cara falou. E nem interessa se você acredita ou não acredita nele ou então se você, até hoje, sequer tinha ouvido falar desse tal de Pedro Planas, um grande dentista espanhol, observador, estudioso, mestre e fundador da escola de Reabilitação Neuro-Oclusal (RNO). Ficou curioso? Então deixe-me apresentá-los...

Pedro Planas dizia que a característica predominante do homem, desde que este povoou o globo terrestre, é o afã de descobrir, a sede do conhecimento; sendo esta sua autêntica vocação que o leva à aventura. O homem primitivo, impulsionado por essa ânsia de saber, sentiu a necessidade de suprimir a dor, de possuir uma eurritmia ou estética e de realizar uma função. Foram estas 3 necessidades aplicadas à face e à boca que deram origem à Odontologia. As duas primeiras necessidades (dor e estética) vêm sendo bem supridas pela atual prática clínica. Quanto à função, infelizmente, continua-se fracassando; pois a função perfeita, sob o ponto de vista da RNO, é alcançada por muito poucos profissionais. 



“O importante é não parar de questionar. A curiosidade tem sua própria razão de existir” Albert Einstein

O que levou Pedro Planas a desenvolver todo o conhecimento da RNO foi sua curiosidade em entender por que a boca, que era o seu paciente doente, morria. Rapidamente, concluiu que a boca morria por duas causas: a cárie e a periodontopatia. Relativamente à morte por cárie, observou que existiam métodos para atacá-la precocemente através da alimentação sem excesso de açúcares, boa higiene, terapêuticas avançadas ou precoces e preventivas, etc.
Assim, passou a se preocupar com a periodontopatia, cuja causa fundamental, sem negar a importância da placa dental bacteriana, era o trauma (ou microtrauma) oclusal, que tanto pode ser produzido por hipo ou hiperfunção. Isto acontecia porque os dentes se encontravam mal posicionados dentro do espaço bucal, para realizar a função mastigatória, ou melhor dizendo, porque a boca não estava equilibrada.
Dessa forma, aprofundou-se no estudo da Ortodontia, a ciência capaz de movimentar os dentes, imaginando que com ela seria possível prevenir ou curar o desequilíbrio oclusal, e por consequência, a parodontose. Entretanto, apesar dos resultados estéticos, o trauma prosseguia e, inclusive, piorava após a intervenção. As consequências, após anos do término do tratamento, eram as recidivas e as lesões periodontais, que o paciente aceitava e segue aceitando com maior ou menor resignação.
Inconformado com o insucesso das terapêuticas disponíveis, partiu, Pedro Planas, por outra linha de raciocínio: a de que a função cria o órgão e o órgão proporciona a função, originária de uma excitação neural. Assim, um estímulo fisiológico, produz uma função e um desenvolvimento fisiológicos; enquanto que um estímulo patológico, do contrário, produz uma resposta de desenvolvimento patológica. E assim nasceu a RNO, isto é, o estudo da etiologia e gênese dos transtornos funcionais e morfológicos do sistema estomatognático, com o objetivo de eliminar, reabilitar ou reverter os estímulos nocivos o mais precocemente possível, para que, excitando os centros neurais receptores  fisiologicamente, se obtenha uma resposta de desenvolvimento normal e equilibrada.Tais terapêuticas se aplicam desde o nascimento até a senilidade.  
De acordo com Planas, a sociedade civilizada cada dia necessita menos do aparelho mastigatório para moer os alimentos, pois já, desde o nascimento começa a ingerir mamadeiras e papinhas, que mais tarde se transformam em croquetes e hambúrgueres; ou seja, alimentos praticamente triturados, facilitando deglutir sem mastigar. Assim, a maioria dos problemas do sistema estomatognático tem como etiologia a atrofia funcional mastigatória, provocada por nosso regime alimentar civilizado desde o nascimento (onde, além de tudo, o desmame precoce é a regra).
A terapêutica preconizada por Planas se baseia na excitação neural das terminações nervosas das Articulações Temporomandibulares (ATM), pelo movimento póstero-anterior proporcionado pelos músculos mastigatórios; e dos periodontos, por esfregamento oclusal durante os deslizamentos mandibulares à direita e à esquerda (bilaterais e alternados) na mastigação. Dessa forma, na presença de atrofias funcionais, o equilíbrio oclusal pode ser obtido através de desgastes seletivos ou aparelhos ortopédicos.
Aqueles que acreditam erroneamente no simples determinismo genético ou na discrepância entre o padrão ósseo e o padrão de crescimento, aplicam terapêuticas tardias, traumáticas e mutilantes (extrações, cirurgias, aparelhos extra-bucais...). Por isso, Planas já dizia claramente: precisamos abolir a frase clássica de que “é preciso esperar”...
“Nossa clínica nos demonstrou que se uma boca se mantém em equilíbrio e desenvolve uma função fisiológica, ou se recupera em um determinado momento de seu desenvolvimento com técnicas adequadas, não sofrerá recidivas nem lesões periodontais e se manterá até a senilidade com uma fisiologia perfeita. Por exemplo, um desgaste seletivo bem feito aos dois anos, pode salvar uma boca para toda a vida.Esta é a verdadeira medicina da boca.  Isto é a Reabilitação Neuro-Oclusal!”
E você, já observou se a sua boca ou a do seu filho está funcionando direitinho? Não perca a continuação deste assunto: mastigação, atrofias funcionais, desenvolvimento do sistema estomatognático sob a ótica da RNO, diagnóstico, tratamento e muito mais!

Atrofia funcional em criança de 5 anos. Observa-se a mordida profunda e os caninos sem facetas de desgastes fisiológicas derivadas de uma função mastigatória plena, dificultando/travando os movimentos mandibulares bilaterais alternados e interferindo negativamente sobre o crescimento. Perceba como essa situação passa facilmente despercebida pela maioria das pessoas, inclusive profissionais.

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